Tenho preguiça de começar coisas (#1)
É que a pressa é inimiga da perfeição... Ou será que só sou medrosa?
Antes de começar, uma musiquinha pra relaxar… (OBS.: não me responsabilizo por nenhuma letra que possa te afetar).
Não sei se essa newsletter vai ser um projeto. Não sei se vou continuar com ela. Não sei se vou ter tempo pra ser constante. Não sei se eu vou acreditar nisso o suficiente pra pensar que vale o esforço.
E não é só com essa news, é com tudo que me proponho a fazer. Eu sempre tenho muitas ideias e queria começar todas elas, mas penso: e o que isso vai me dar de retorno?
Queria aprender a fazer personagens de biscuit pra não precisar ficar gastando dinheiro comprando de pessoas que fazem, mas e se ficar uma merda? E não tenho garantia de que não vai ficar uma merda, porque não preciso ser perfeita nisso. Eu não estaria fazendo nada pra vender, só pra passar o tempo.
E aí vem outra questão: que tempo?
Me sinto culpada por ter um hobby. Sinto vontade de monetizar tudo, porque na minha cabeça, se tô gastando minhas horas com aquilo, precisa, sim, me dar algum retorno.
Só que, será mesmo que tudo precisa dar algum retorno? A gente não pode só, simplesmente, fazer alguma coisa que queremos? Sem pensar em entregar uma coisa impecável? Abraçar a mediocridade mesmo, sabe?
Sei que pode ser um discurso meio perigoso, porque as pessoas podem pensar que não devem se esforçar o suficiente por alguma coisa, mas não é isso que quero dizer. O sentido aqui é de que nem tudo precisa ter um sentido.
Escrevo isso como um exercício de repetição, pra ver se entra na minha cabeça também. Não queria ficar preocupada com cada pequena coisinha que faço, em como aquela bobeira me impede de fazer alguma coisa que realmente vai fazer diferença na minha vida.
Também já pensei em criar um podcast, mas eu acho que sou tímida demais pra isso — e detesto a minha dicção. Como é que vou me comprometer a fazer uma coisa que nem acho que faço direito? Tenho vontade de enfiar a cabeça na terra igual a um avestruz só de pensar que alguém ficaria ouvindo minha voz sem parar por 10–15 minutos. Prefiro que usem esse tempo pra ler o que escrevi.
Eu também sou escritora independente, tenho 3 projetos publicados na Amazon (que se você achar que vale a pena dar uma olhada, é só clicar aqui). Mas, nesse mundo de autores que não tem uma editora pra se apoiar, as coisas ficam 200% mais complicadas. A gente não pode só escrever; temos que planejar a história, criar 5 (ou mais) pessoas fictícias com personalidades completamente diferentes, desenvolver a história de uma forma que não fique parecendo que sentamos em cima do teclado e ficamos quicando até ter um monte de letras pra publicar, pensar em posts pra divulgar, fazer as artes, lembrar de postar no Instagram, manter constância lá e aqui, em algumas vezes fazer a arte da capa e até mesmo a diagramação.
Sou perfeccionista demais, e é por isso que sou procrastinadora demais. Eu tenho preguiça de começar as coisas, porque já penso antes no trabalho que aquilo vai dar, em como vou ter que fazer e refazer mil e uma vezes até que esteja aceitável pra que outras pessoas vejam.
Esse texto mesmo, editei umas quatro vezes antes de pensar: CHEGA!
Chega de pensar que preciso ser a Mulher-Maravilha, que as coisas sempre precisam ser impecáveis pra que alguém se interesse. Não quero me colocar em uma caixinha de restrições e me impedir de fazer coisas que há tempos estão na minha mente, mas que fico adiando todas as vezes.
Um dos meus livros favoritos tem uma citação que gosto muito, que é a seguinte:
A grande questão é colocar as histórias felizes acima das histórias dolorosas. É se ver como protagonista de uma vida interessantíssima – ou talvez bem tranquila –, mas que está totalmente sob seu controle.
— O experimento do amor verdadeiro, Christina Lauren. —
Tá na hora de começar a escrever a nossa própria história, e ela não precisa ser um livro de 500 páginas já de cara. É só começar com a sinopse, com o esqueleto de capítulos sobre o que você imagina e, a partir disso, construir ela, página por página.
Mas, diferente dos livros, a gente não consegue pular pra última folha pra ver como acaba, e acho que essa é a graça de tudo. Viver sem saber o que te espera lá na frente, faz você aproveitar a página atual ainda mais.
Até a próxima (eu acho). ❤️
Confissão: editei a música desse post mesmo depois de publicado, pra deixar no mesmo padrão dos próximos.
enna, estou maratonando seus textos kkkkkkk e eu AMEI saber que você tem três livros publicados. vou ler os três!!
Cheguei aqui e agr somos besties de dodói e inimigas número 1 e 2 da Amazon kdp