Por que temos tanta pressa e, mesmo assim, demoramos tanto? (#3)
Estamos sempre pensando "chega sexta-feira", "chega começo do mês", "chega Carnaval", "chega Natal". Quando percebemos, mais um ano se foi... E os seus sonhos e objetivos?
Antes de começar, uma musiquinha pra relaxar… (OBS.: não me responsabilizo por nenhuma letra que possa te afetar).
Mês passado, vi um recorte do filme “Aqui” – não de “Ainda Estou Aqui”, não vamos confundir –, com as estrelas Tom Hanks e Robin Wright, que contracenaram juntos em Forrest Gump (um filme de 1994).
O trecho do filme mostra Margaret, uma das protagonistas, fazendo seu aniversário de 50 anos e lamentando que, nessa idade, ela ainda não tinha feito as coisas que sonhava e não queria adiar mais. Assiste o trechinho aqui! 👇🏻
Isso me fez ir atrás do filme, porque eu queria saber se só aquele recorte era significativo ou se toda a história tinha alguma mensagem.
Durante a trama, Margaret sempre conversava com o marido sobre comprar outra casa, mudar de móveis ou coisas do tipo, e as respostas dele eram sempre um “não”, sem efetivamente dizer que não. “Vamos pagar muitos impostos”, “acabamos de ter um filho”, “não tem como ter gastos agora”, etc, etc, etc.
Não vou mentir, o filme é meio entediante, ao mesmo tempo que é muito interessante. Todo ele é filmado em um único plano, mostrando todas as coisas que aconteceram exatamente ali naquele lugar – a sala da casa.
O que me deixou reflexiva com tudo, também foi a tecnologia usada pra deixar o Tom e a Robin mais novos, pra que fosse possível mostrar eles desde a ADOLESCÊNCIA. Atualmente, ele tem 68 anos e ela 58, e no filme eles estavam com essa cara aí da imagem. Fala sério, é bizarro e, ao mesmo tempo, massa pra caramba. A BBC até escreveu um artigo sobre isso, se quiser ler, clica aqui. Mas chega de falar dele, porque isso aqui não é um entretenna!
Sem ser ainda mais prolixa, foi um filme que, depois que assisti, fiquei pensando: “preciso mudar minha vida agora mesmo!”.
Mudei? Claro que não.
Mas não foi por isso que parei de pensar sobre como o tempo passa rápido e em como nossos sonhos permanecem jovens enquanto a gente envelhece. Não tem idade pra você ter uma coleção de Barbies, pra saltar de paraquedas — a não ser que você tenha alguma doença cardíaca, cuidado! —, ou começar a fazer uma faculdade.
Sempre pensamos que não estamos mais na idade de fazer alguma coisa, mas não existe nenhuma tabelinha por aí que torne crime você sair pra conhecer o mundo aos 69 anos. Só que, ainda assim, a gente acha que sim. Nos comparamos com uma realidade que não é a nossa, com pessoas que tiveram uma vivência completamente diferente, motivações distintas e condições financeiras ou estrutura familiar que jamais tivemos.
Ter um sonho com uma família amorosa que te apoia independentemente de qualquer coisa, é muito diferente de ter um sonho com uma família que te coloca pra baixo e te chama das piores coisas possíveis só por ter um sonho.
E é por isso que os seus sonhos não podem ser medidos com a régua de outra pessoa.
Alguém pode ter entrado na faculdade de medicina aos 20 porque todas as obrigações envolviam os estudos, enquanto você aos 20 poderia estar lutando pra sobreviver.
E isso não é um papo sobre privilégios, porque é um buraco bem mais embaixo. É claro que eles existem, mas isso não tem que fazer você se sentir menos merecedor de nada só porque não teve as mesmas condições. Cada um luta as batalhas que fazem sentido na própria vivência.
Você pode disputar em uma partida de xadrez, de futebol, beer pong ou qualquer outra coisa que seja um jogo. A vida não é. A vida é feita de altos e baixos — às vezes mais baixos do que altos — e a gente tem que se adaptar mesmo assim. E essa adaptação não precisa ser ruim só porque as coisas não saem da forma que queremos.
E mesmo que as coisas não saiam da forma que queremos, não podemos deixar de querer.
Foi como eu disse no meu primeiro texto:
“(…) diferente dos livros, a gente não consegue pular pra última folha pra ver como acaba, e acho que essa é a graça de tudo. Viver sem saber o que te espera lá na frente, faz você aproveitar a página atual ainda mais.”
Então, por que esperar até a próxima semana pra começar a se alimentar melhor, pra planejar uma viagem, pra começar um curso que você quer ou pra colocar qualquer um dos seus planos em prática? O amanhã é só uma possibilidade, mas o agora é uma realidade.
É o que sempre dizem: comece numa quarta-feira, comece num dia 27, comece no mês de setembro, apenas comece.
Tem que fazer sentido pra você.
DESAFIO PESADINHO:
Faça hoje alguma coisa que você tá planejando há tempos e me conta qual foi a sensação. Pode ter certeza que pensar sobre como seria esse começo, é muito pior do que realmente colocar em prática.
Eu fiz isso com essa newsletter. Já era uma coisa que tava na minha cabeça há muito tempo, mas nunca fiz por imaginar o trabalho que ia dar. Agora que comecei a escrever, não consigo mais parar, e tá sendo incrível. 😊
Começar pode ser exatamente o que você precisa.
Até a próxima. ❤️ Byeee!
Af, eu leria até sua lista do mercado, juro
Fiz. Pareceu tão difícil quando estava na minha cabeça, mas agora em prática foi tão rápido e simples. N espero a hora de o resultado aparecer…