Só um fã entende outro fã: parte 1 — como tudo começou pra mim (#24)
De repente, eu tava envolvida demais. E feliz demais por isso.
Diferente das vezes anteriores, hoje não vou recomendar só uma música. Tá na hora de conhecer artistas diferentes, vamos diversificar esse Spotify!
Então…
Antes de começar, um álbum pra relaxar… (OBS.: não me responsabilizo por nenhuma letra que possa te afetar).
Quando eu tive a ideia desse texto, eu pretendia ser breve. Era pra falar sobre coisas específicas, mas percebi que ele ia ficar superficial demais. Não posso falar sobre um assunto que tenho TANTO a falar, sem escrever sobre como as coisas começaram pra mim. Então, já deixo o alerta:
O texto vai ser grande, porque eu AMO falar disso. Amo tanto que meu Trabalho de Conclusão de Curso foi, literalmente, sobre o assunto de fãs e suas vertentes.
Por isso, esse texto vai ser dividido em 2 partes, então, quando você terminar de ler esse, lá no final vai ter o link pro outro!
Bora? Dá play aí e vem comigo!
Na primeira versão desse texto (escrita há 10 minutos), eu tinha começado falando o seguinte:
Diferente de algumas pessoas que podem estar lendo esse texto, eu não sou uma fã declarada de algo desde que me entendo por gente.
Achei que eu tinha virado fã de verdade só em 2015 — você vai entender mais pra frente —, mas quando comecei a resgatar coisas na memória, percebi que minha obsessão com coisas começou quando eu tinha, literalmente, 3 aninhos.
O ano era 2002, eu amava beber chá na mamadeira e assistir Cómplices al Rescate (Cúmplices de um Resgate, pra quem não é bilíngue), e eu era doida, maluca, insana pelo Joaquín, um dos personagens principais, que fazia par com a Mariana/Silvana na novela.
Não tenho lembranças muito específicas da novela, só sei que eu tinha um amigo imaginário, e claro que ele era o Joaquín.
Depois disso, com uns 6 anos, entrei na era do RBD. Só que eu só tinha dinheiro pra comprar um DVD pirata — que eu assistia tanto que decorei até os momentos de respiro e falas dos integrantes —, a identidade falsa da Roberta e cartinhas colecionáveis que custavam um rim na época (R$ 0,15).
Entre a obsessão do RBD e do Rebelde Brasil, minha vida tava numa época tão nebulosa que eu nem tenho lembranças, então, vamos pular os detalhes desse meio tempo entre um e outro.
Eu tava preste a completar 12 anos e aqui as coisas começaram a ficar um pouco mais sérias. Porém, eu ainda era apenas uma garotinha pobre. Eu tinha o CD (pirata) do Rebeldes Ao Vivo, um sonho e um radinho de professora de inglês. Só Deus sabe a quantidade de vezes que eu ouvi aquele CD, sério mesmo. Se o Spotify Wrapped existisse naquela época, é possível que essa música aqui estivesse em top 1 até hoje:
Fala sério, ela tem uma das letras mais BRABAS do século. Ela me dá muita vontade de viver. Escuta aí, na moral.
E claro, Roberta e Diego eram meu casal favorito, mas ficavam pau a pau com Tomás e Carla, porque eu achava os dois maravilhosos e queria casar com ambos. Mas o Diego tinha um espaço especial no meu coração.
Fun fact: minha mãe deixou eu escolher o nome do meu irmão mais novo. Ele se chama Diego. Você pode imaginar o motivo.
Com a obsessão pelo Arthur Aguiar — sem julgamentos, por gentileza —, quando ele foi pra Globo participar de Malhação Sonhos, você também pode imaginar o que aconteceu.
Mas calma que já falo sobre, porque antes disso, ainda teve outra coisa…
Eu também era a doida dos livros. Afinal, minha paixão por isso existe desde o ensino fundamental, quando eu tinha 9 anos. Era meu passatempo favorito, era minha alegria estar em contato com os personagens e mundos tão diferentes. Eu não tinha condições financeiras de comprar nada, então eu pegava emprestado de uma amiga que amava ler tanto quanto eu — e que sabia que eu ia cuidar muito bem dos livros dela —, ou pegava da biblioteca da escola.
E desde cedo, eu era meio doida com as coisas que eu gostava. Cheguei a ler a saga de Fallen (4 livros) em menos de 24 horas. Literalmente soltava o livro só pra ir no banheiro e pra comer. O resto do tempo? A cara enfiada nas páginas.
Nesse meio, a saga Crepúsculo entrou no hype. Os livros eram MUITO concorridos na biblioteca, então eu tinha que ler na ordem que dava, e ela foi toda torta. Li Lua Nova (2) > Amanhecer (4) > Eclipse (3) > Crepúsculo (1).
Obviamente eu me obcequei por vampiros e lobisomens, então, o universo pra me deixar mais insana ainda, me apresentou o anúncio da exibição de The Vampire Diaries no SBT às 23h.
A partir daí, acho que nem Deus tava prevendo meu futuro.
Eu nunca tinha assistido série na minha vida. Não entendia como podia ser possível um “filme” tão grande que precisava ser dividido em pedacinhos pra contar uma história. Eu sei que era noveleira, mas sei lá, parecia diferente. Então, eu tava animada por tudo: por ser minha primeira série, por ser romance, por ser sobre um assunto que eu tava obcecada. Era novidade demais, meu coraçãozinho adolescente não tava se aguentando.
Então, todo dia às 23h, estava eu sentadinha no sofá, esperando começar o episódio, e não tinha santo que me tirasse da frente da televisão até que acabasse. Lembro perfeitamente das vezes que minha tia ia dormir com o meu priminho (que era neném na época), levantava pra ir no banheiro e falava “Vai deitar, tá tarde já!” e eu respondia “Tá quase acabando, eu já vou”. E eu ia mesmo, era muito sincera sobre isso. Eu só queria assistir minha série.
Quando a primeira temporada acabou, o SBT não exibiu a continuação e eu fiquei sem chão. Fiquei pensando “E agora? Como vou saber o que aconteceu?”, “Será que era só isso?”, “Vi que algumas pessoas shippam Elena e Damon e tipo… NADA A VER, NÃO TEM COMO!!!!!!!!”.
Spoiler: foi só eu começar a segunda temporada que eu percebi que tinha como, sim… Sei de todas as red flags, mas tenho passe livre porque é ficção e vampiros não existem. Era mais problemático a quantidade de gente que eles matavam do que os relacionamentos, né, então vamos relevar!
O tempo passou, continuei lendo livros e mais livros, continuava sem um celular que prestasse pra qualquer coisa além de ter TV no aparelho, sem assinatura de streaming — eu nem sabia que isso existia —, fui vivendo a vida, mas nunca esqueci #deles.
Em 2014, minha mãe voltou pra cidade que eu morava e voltei a morar com ela. Eu tava no ensino médio, estudava a tarde, e aí minha obsessão virou a Malhação Sonhos. Então, voltando ao assunto Arthur Aguiar e Globo…
Ao contrário do que pensei, Duca (personagem do Arthur) e Bianca não eram nada perto deles… Pedro e Karina. ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Eu era doidaaaaa neles. Até hoje tenho um poster de quase 2 metros com uma foto deles (e a Demi Lovato do outro lado) de uma revista da Atrevida. 👇🏻
Em 2015 (e eu com 16 anos), meu pai voltou pra minha cidade e comecei a morar com minha família completa (pai, mãe e irmãos). Só aí que descobri o mundo do wi-fi.
Minha prioridade era encontrar algum lugar pra assistir The Vampire Diaries, era questão de vida ou morte. E eu achei — não me pergunte onde. Porém, eu também tava no último ano do Ensino Médio, então minha atenção tava mais focada em estudos, vestibular e toda essa coisa.
Até que conheci o carinha que considero meu primeiro amor.
Curta longa história, mas as coisas não deram certo, e eu não conseguia me desapegar dele, então, fiz um combinado comigo: a cada momento que der vontade de falar com ele, vou assistir um episódio de TVD.
E foi assim que praticamente finalizei 6 temporadas em menos de 2 meses, enquanto estudava pro Enem.
E agora, é da 6ª temporada que vamos falar, especificamente. Porque isso realmente mudou minha vida inteira. Tô falando muito sério.
Malachai Parker, conhecido como Kai Parker, vulgo o vilão mais foda que essa série já teve. Não venham me falar de Katherine e Klaus, me desculpa — eles são icônicos também e fazem parte da trindade do K, mas ninguém maior que ELE. Só um teve pica pra matar a protagonista da série!
É difícil explicar a obsessão instantânea que tive por esse homem. Muitos atores bonitos passaram por essa série, mas alguma coisa me fez ir diretamente pra ele.
Christopher Charles Wood (Chris Wood nas redes sociais (que ele não usa) caso você tenha interesse em saber mais), você sempre vai ser o responsável pela minha vida no mundo dos fandoms.
Dali em diante, minha saga com webamigos começou pra valer. Eu tava em grupos da série no Facebook, participava de grupos no WhatsApp organizando quiz de fãs, falava sobre isso 24h por dia e era a coisa mais legal do mundo.
Junto com isso, descobri o mundo dos fc’s (fãs clubes) no Twitter. Meu primeiro user foi woodanna. Sim, wood + anna (meu nome). Foi virando fã dele e do Kai (o personagem) que comecei a interagir com outra pessoa que era MUITO fã dele. Criamos uma amizade muito grande, o tempo foi passando, eu fui zerando a filmografia do Chris e, quando menos esperei, ele foi anunciado como personagem pra segunda temporada de Supergirl.
A partir dali, até a vida dele mudou.
Ele conheceu a Melissa Benoist nas gravações. Ele namorava há um tempão e ela era casada. Mas coisas aconteceram, ambos terminaram e começaram a se relacionar fora da série. Eles estão juntos desde 2017 e tem um filhinho. 🥹❤️ Eu era 10000% ativa no fandom do shipp da série e deles na vida real, então já briguei MUITO na internet com gente que mandava hate pra eles sem motivo.



Resumo: comecei a assistir Supergirl pra entender a série e o papel do Chris > no meio de Supergirl me deparei com um crossover1 com The Flash > fui assistir The Flash pra entender mais do universo > no meio de The Flash, me deparei com um crossover com Arrow > fui assistir Arrow e na metade, anunciaram Legends of Tomorrow, então lá fui eu assistir também.
Nesse tempo, eu não tinha mais só um foco, eu era o que chamavam de multifandom. Acompanhava um monte de série, fazia parte de um monte de grupos, tinha vários atores favoritos, várias séries preferidas, e foi onde conheci MUITA gente.
Tenho um grupo de amigos que conheci em 2017 graças a Mr. Robot, e a gente conversa TODOS OS DIAS no WhatsApp desde aquela época — mesmo que no começo eu não fosse tão ativa.
Enfim, resumo do resumo: foi Kai Parker/Chris Wood que me fez entrar pro mundo dos fãs clubes, que me fez conhecer pessoas diferentes com gostos diferentes. Músicas, livros, atores, séries… Já fui fã de muita coisa.
E pra não perder o costume, já que vocês adoraram a minha listas de listas, aqui vai mais uma:
Lista de coisas/pessoas que já fui fã/participei do fandom:
OBS.: não contabilizando quando eu tinha 3 anos de idade ou qualquer idade em que eu ainda não tinha um celular. Estamos falando de um mundo P.W. (pós-wifi)
OBS. 2: algumas coisas ainda sou fã, outras se perderam no caminho, o check vai separar o que eu ainda acompanho.
The Vampire Diaries
Chris Wood ✅
Melissa Benoist ✅
Supergirl / The Flash / Arrow / LOT
Dua Lipa ✅
Lany ✅
Caity Lotz
Vikings
Mr. Robot
Legion
Rachel Keller
Dan Stevens
Now United (Sina, Josh, Noah e Any)
Jacob Dudman
Elisha Applebaum
Fate
Full Circle Boys
Angel22
9-1-1 ✅
Oliver Stark ✅
Off Campus (especificamente pro casal gracelogan e brennelly)
Estilhaça-me
Kenji Kishimoto ✅
Bridgertons ✅
Emily Vaughn ✅
Christian French ✅
Phillipa Soo (nova obsessão) ✅
E um milhão de outras coisas, mas essas são as que lembro agora!!!
Atualmente, sigo multifandom, mas não acompanho mais 40 séries e atores diferentes. Os que mais acompanho com uma frequência de saber de TUDO são: Dua Lipa, Lany, 9-1-1 e Oliver Stark. Os outros malemal me dão conteúdo e eu tenho que me contentar com o que dá, porque vida de fã é assim. 😅
Agora, no próximo texto, vou falar sobre o assunto de verdade: só um fã entende outro fã. Você pode conferir ele aqui:
E agora quero muito saber: qual foi/é sua maior obsessão da vida?
Crossover significa a combinação de personagens, enredos ou universos de diferentes histórias em uma única narrativa. Quando um personagem participa da história de outro, geralmente aparecendo em séries diferentes.
Ai me identifiquei com tanta coisa. Eu era fã do Martin em Cúmplices e por isso sempre fui a favor da troca da Belinda pela Daniela Luján (pq era quando o Martin entrava nas novelas com ela). Tbm sou fã de Crepúsculo até hoje, de TVD (que inclusive tô assistindo agora) e de Rebelde México (fui pro reencontro e revivi todos os meus sonhos de adolescente)… ser fã realmente é único!
Minha maior obsessão foi RBD México, cara. E eu sou aquelas muito fãs mesmo que sabem tudo dos 6 e acompanha, mas que também era muito pobre e sem condições de ir nos show. No reencontro eu obviamente fui e fiquei tão feliz que perdi várias memórias. Eu amava tanto que me apaixonei pela língua a um ponto de saber falar mesmo, de forma fluente! Trabalhei com o espanhol 2 anos inteiros no meu primeiro emprego, e graças a esse emprego da época eu pude voltar pra faculdade. Especificamente a Dulce Maria era tudo pra mim. Eu pensava que queria ser ela, mas no fim achava ela gostosa, e graças a diva eu me descobri bissexual. Sério, esse assunto fã é um que me pega muito porque eu fui fã REAL. Com 14 anos eu cheguei a ser mt viciada em BBB, na época o 9, e infelizmente fui aquelas votantes de fandom de ex BBB kkkkkkkkk ai que ódio, disso eu morro de vergonha. Mas tava refletindo que eu fui mesmo uma criança sabe. Nessa idade pelo menos, ser fã é muito sobre sonhar e são as minhas memórias favoritas. Dançar na sala, aprender uma nova língua, assistir vídeos de ship, chorar com cenas…. Te entendo demaisssss e que bom que a gente teve espaço pra isso na vida. Foi graças a esses momentos que pude esquecer mts das dores que eu tinha na infância ❤️