De todos os textos que eu li aqui, esse foi o que eu mais identifiquei. Você colocou em palavras exatamente aquilo que eu sinto e teve uma conversa com a psicóloga muito parecida com a minha kkkk
Esse trecho das pontuações me pegou muito. Em uma ferida bem, bem aberta. Pelo o que eu consegui extrair e me corrija caso eu esteja errado, quando você comentou sobre as questões de amizade de baixa manutenção e de não fingir pensar sobre como uma pessoa evitativa emocionalmente, penso que você seja o inverso. Se sim, é muito louco (agora trago uma referência do seu texto anterior que soltei um comentário, intertextualidade tá em dia, ó!!!), de que sempre vai ter alguém pra se identificar com o que a gente sente. É um pouco complicado ser visto não em um lugar de pertencimento, mas de reticências ou vírgula.
Uma das maiores dores que sinto no âmago, foi ouvir algumas vezes em relações, que essa pessoa gostaria de ser o meu lar. Em mil promessas de permanência, fui somente uma ponte para que ela seguisse em frente. Aí eu vivo pensando... por que parece que esse receio e a falta de costume de pessoas partirem, por mais que isso já tenha acontecido mais vezes, vem conduzida por tanta dor assim e ausência de pertencimento?
Sobre a escola, que finalizei ano passado, tive o meu melhor ano do ensino médio, claro, bem no último. E foi muito bom estar solto. Eu saí de uma relação que me fazia muito mal, o meu primeiro namoro e deixei de ser uma sombra, que já não era num bom sentido. Mas por sempre estar por trás, me esforçando para chegar, mas nunca ser visto. Nossa! Eu me envolvi com o grupo da pracinha que só falava de RPG, fui o vice-líder do clube inclusive. Me envolvi com os nerdolas, com os popularzinhos, com algumas pessoas que ficavam no mesmo canto todos os dias com um lado introvertido muito à tona, fiz amizade com professores e... enfim! E, mesmo assim, saí com um único laço fortalecido, que foi o do meu amigo que fiz desde o primeiro ano. Um único laço bem amarrado, concreto. De resto? Todos esses grupos a que pertenci, não me trouxe um viés de pertencimento contínuo.
E quando penso nesse pertencimento para além da escola, também me pego pensando na frase que você disse:
"Talvez o segredo seja aceitar que alguns de nós são mesmo cidadãos do vazio, moradores da terra de ninguém. E talvez, só talvez, se a gente parar de procurar um lugar pra caber, a gente perceba que já tá exatamente onde deveria estar — mesmo que seja numa mesa de bar sozinha, rindo do próprio desajuste."
Não de maneira solitária, isolada, mas... Já parou pra pensar que a gente pode ter sido a passagem de muitas pessoas encontrarem maneiras de se expressar; de abrir o olhar ao mundo, às pessoas, pelo simples fato de estarmos ali, por mais que tenha sido um mísero instante? Que na escola ou na faculdade que você fez, por exemplo, você pode ter tido uma influência de alguém que vai ser lembrada mesmo que não seja mantido o contato? E que você, Enna, aqui no Substack, posta coisas que tocam no coração de tantas pessoas como no meu e que talvez nunca venhamos a nos conhecer. Ou caso aconteça empecilhos da vida, nos distanciarmos muito dessa rede e por fim, vivermos situações que, quando passarmos por ela, esse texto e tudo o que foi lido possa ser a primeira coisa que venha em mente?
É claro que também tem o outro lado da moeda e que penso que pegue mais firme, que são as relações amorosas. Que quando há o rompimento independente do motivo, é motivo de questionamento por dias, semanas, meses, de se entender o que aconteceu e por que mais uma vez, alguém foi embora.
Gostaria de ser motivacional, mas deixo um questionamento também para minha própria pele. Será que essa hora vai chegar? De tanto ser passagem, será que algum dia seremos a tão morada que os românticos poetas tanto gostariam? A relação digna não do 100% de romantismo e borboletas como os livros mostram. Mas viver junto com alguém que entende as dimensões da realidade em que a gente vive, em como tudo é uma incógnita, tudo hoje em dia é técnico e pensado demais, inclusive o amor e, mesmo assim, romantiza a vida, não de maneira fantasiosa, mas de maneira apaixonada por si mesmo e por quem escolhe partilhar a vida. Aí sim, ao invés de tratar a relação a dois um conto de fadas, ser o exímio romântico ao ponto de escrever o próprio livro com a caneta e a aliança na mesma mão...
Tem tanta coisa nesse comentário que eu gostaria de comentar de volta, mas vou escolhar duas delas pra focar. Você disse “Em mil promessas de permanência, fui somente uma ponte para que ela seguisse em frente”… É exatamente sobre o que falo em um dos meus textos da seção gravidade, no “Sou sempre a última antes do amor da sua vida”. Pode ser até que os outros textos ressoem em você também, fica aqui minha recomendação!
E sobre a gente já ter sido a passagem de muitas pessoas encontrarem maneiras de se expressar… É exatamente isso que busco com a minha escrita. Quero que minhas palavras ajudem, confortem, influenciem, inspirem de alguma forma. Eu gosto muito de ajudar os outros, e encontrei uma forma de fazer isso. Tudo bem se eu não for lembrada ou conhecida, mas quero que minhas palavras toquem alguém o suficiente pra fazer a diferença. 🩷
Lindíssimo, passei por algo parecido em relação a mudanças. Com 17 me mudei pra uma cidade nova e estou aqui até hoje, mas vivo um limbo, existe um passado o qual não faço parte e não conheço o presente dos meus amigos da cidade antiga. Sinto que não conheço ninguém o suficiente e isso é meio solitário, ainda mais porque eu moro em cidade pequena e todo mundo se conhece.
entendo perfeitamente como é... morei um tempo em outra cidade e acho que nunca me senti tão sozinha na vida. acho que o segredo é ir aos poucos fazendo as coisas sozinha e metendo a cara pra conhecer pessoas diferentes. sei que é muito mais fácil falar do que fazer, mas vai que dá certo e você consegue se inserir em algo? espero que logo as coisas se ajeitem. ❤️
que texto incrível. toda vez que leio algo seu, me pego mergulhada em pensamentos que nem sabia que precisava ter. esse texto, em especial, me tocou de um jeito difícil de explicar. a solidão de não se sentir pertencente é um peso que a gente carrega no silêncio, e você conseguiu colocar isso em palavras com tanta verdade. obrigada por sempre escrever com tanta sensibilidade, ler você é sempre um abraço na alma 💌
eu escrevi um poema uma vez, que chama "todas as coisas que você nunca vai saber", me identifiquei tanto com seu texto, e ele me parece falar de coisas das quais nunca vamos saber de fato, eu acho que é o tipo de coisa que vamos passar a vida buscando, sem ter certeza de que existe um lugar pra se chegar
Me senti assim a vida toda e as vezes ainda me sinto, o tempo todo deslocada, ao ponto de até mesmo quem eu tenho maior proximidade eu sempre me sinto a intrusa, a parasita.
Infelizmente entendo perfeitamente como é, e mentiria se dissesse que sei como se livrar dessa sensação, porque tô até hoje tentando. ❤️🩹 Mas acho que são passinhos de formiga mesmo, talvez observar mais as situações sem já achar que a gente é indesejada em algum lugar.
Belo texto :) Me identifiquei pra caramba, eu sempre fiquei no meio, por isso acho que nunca me encaixei direito, tipo se eu gostasse de algo, não era a maior fã e por isso não entrava pro grupinho mas não cabia no grupo dos que odiavam ou desconheciam. No fim, não me achei bem no meio dos outros e fiquei sobrando, acabei acostumando em ficar sozinha no meio de tanta gente...
De todos os textos que eu li aqui, esse foi o que eu mais identifiquei. Você colocou em palavras exatamente aquilo que eu sinto e teve uma conversa com a psicóloga muito parecida com a minha kkkk
Fico feliz que se identificou, ao mesmo tempo que sinto muito kkkkkk 🫂❤️
Esse trecho das pontuações me pegou muito. Em uma ferida bem, bem aberta. Pelo o que eu consegui extrair e me corrija caso eu esteja errado, quando você comentou sobre as questões de amizade de baixa manutenção e de não fingir pensar sobre como uma pessoa evitativa emocionalmente, penso que você seja o inverso. Se sim, é muito louco (agora trago uma referência do seu texto anterior que soltei um comentário, intertextualidade tá em dia, ó!!!), de que sempre vai ter alguém pra se identificar com o que a gente sente. É um pouco complicado ser visto não em um lugar de pertencimento, mas de reticências ou vírgula.
Uma das maiores dores que sinto no âmago, foi ouvir algumas vezes em relações, que essa pessoa gostaria de ser o meu lar. Em mil promessas de permanência, fui somente uma ponte para que ela seguisse em frente. Aí eu vivo pensando... por que parece que esse receio e a falta de costume de pessoas partirem, por mais que isso já tenha acontecido mais vezes, vem conduzida por tanta dor assim e ausência de pertencimento?
Sobre a escola, que finalizei ano passado, tive o meu melhor ano do ensino médio, claro, bem no último. E foi muito bom estar solto. Eu saí de uma relação que me fazia muito mal, o meu primeiro namoro e deixei de ser uma sombra, que já não era num bom sentido. Mas por sempre estar por trás, me esforçando para chegar, mas nunca ser visto. Nossa! Eu me envolvi com o grupo da pracinha que só falava de RPG, fui o vice-líder do clube inclusive. Me envolvi com os nerdolas, com os popularzinhos, com algumas pessoas que ficavam no mesmo canto todos os dias com um lado introvertido muito à tona, fiz amizade com professores e... enfim! E, mesmo assim, saí com um único laço fortalecido, que foi o do meu amigo que fiz desde o primeiro ano. Um único laço bem amarrado, concreto. De resto? Todos esses grupos a que pertenci, não me trouxe um viés de pertencimento contínuo.
E quando penso nesse pertencimento para além da escola, também me pego pensando na frase que você disse:
"Talvez o segredo seja aceitar que alguns de nós são mesmo cidadãos do vazio, moradores da terra de ninguém. E talvez, só talvez, se a gente parar de procurar um lugar pra caber, a gente perceba que já tá exatamente onde deveria estar — mesmo que seja numa mesa de bar sozinha, rindo do próprio desajuste."
Não de maneira solitária, isolada, mas... Já parou pra pensar que a gente pode ter sido a passagem de muitas pessoas encontrarem maneiras de se expressar; de abrir o olhar ao mundo, às pessoas, pelo simples fato de estarmos ali, por mais que tenha sido um mísero instante? Que na escola ou na faculdade que você fez, por exemplo, você pode ter tido uma influência de alguém que vai ser lembrada mesmo que não seja mantido o contato? E que você, Enna, aqui no Substack, posta coisas que tocam no coração de tantas pessoas como no meu e que talvez nunca venhamos a nos conhecer. Ou caso aconteça empecilhos da vida, nos distanciarmos muito dessa rede e por fim, vivermos situações que, quando passarmos por ela, esse texto e tudo o que foi lido possa ser a primeira coisa que venha em mente?
É claro que também tem o outro lado da moeda e que penso que pegue mais firme, que são as relações amorosas. Que quando há o rompimento independente do motivo, é motivo de questionamento por dias, semanas, meses, de se entender o que aconteceu e por que mais uma vez, alguém foi embora.
Gostaria de ser motivacional, mas deixo um questionamento também para minha própria pele. Será que essa hora vai chegar? De tanto ser passagem, será que algum dia seremos a tão morada que os românticos poetas tanto gostariam? A relação digna não do 100% de romantismo e borboletas como os livros mostram. Mas viver junto com alguém que entende as dimensões da realidade em que a gente vive, em como tudo é uma incógnita, tudo hoje em dia é técnico e pensado demais, inclusive o amor e, mesmo assim, romantiza a vida, não de maneira fantasiosa, mas de maneira apaixonada por si mesmo e por quem escolhe partilhar a vida. Aí sim, ao invés de tratar a relação a dois um conto de fadas, ser o exímio romântico ao ponto de escrever o próprio livro com a caneta e a aliança na mesma mão...
Tem tanta coisa nesse comentário que eu gostaria de comentar de volta, mas vou escolhar duas delas pra focar. Você disse “Em mil promessas de permanência, fui somente uma ponte para que ela seguisse em frente”… É exatamente sobre o que falo em um dos meus textos da seção gravidade, no “Sou sempre a última antes do amor da sua vida”. Pode ser até que os outros textos ressoem em você também, fica aqui minha recomendação!
E sobre a gente já ter sido a passagem de muitas pessoas encontrarem maneiras de se expressar… É exatamente isso que busco com a minha escrita. Quero que minhas palavras ajudem, confortem, influenciem, inspirem de alguma forma. Eu gosto muito de ajudar os outros, e encontrei uma forma de fazer isso. Tudo bem se eu não for lembrada ou conhecida, mas quero que minhas palavras toquem alguém o suficiente pra fazer a diferença. 🩷
Me identifiquei muito! Texto incrível!
fico feliz por isso 🥹❤️
Lindíssimo, passei por algo parecido em relação a mudanças. Com 17 me mudei pra uma cidade nova e estou aqui até hoje, mas vivo um limbo, existe um passado o qual não faço parte e não conheço o presente dos meus amigos da cidade antiga. Sinto que não conheço ninguém o suficiente e isso é meio solitário, ainda mais porque eu moro em cidade pequena e todo mundo se conhece.
entendo perfeitamente como é... morei um tempo em outra cidade e acho que nunca me senti tão sozinha na vida. acho que o segredo é ir aos poucos fazendo as coisas sozinha e metendo a cara pra conhecer pessoas diferentes. sei que é muito mais fácil falar do que fazer, mas vai que dá certo e você consegue se inserir em algo? espero que logo as coisas se ajeitem. ❤️
que texto incrível. toda vez que leio algo seu, me pego mergulhada em pensamentos que nem sabia que precisava ter. esse texto, em especial, me tocou de um jeito difícil de explicar. a solidão de não se sentir pertencente é um peso que a gente carrega no silêncio, e você conseguiu colocar isso em palavras com tanta verdade. obrigada por sempre escrever com tanta sensibilidade, ler você é sempre um abraço na alma 💌
aiii, ju, que lindo 🥹❤️ muito obrigada por esse comentário e por sempre interagir comigo por aqui, te adoro demais!!
que texto bom!!! me identifiquei em cada parágrafo, me sinto um intervalo entre os tempos também e achei a sua definição incrivel ♥️
ahhh, muito obrigada!! ❤️ fico feliz que gostou, mas sinto mto que se identificou 🥹
Que belo texto!!! Eu amei, me identifiquei muito! <3
obrigadaaa! fico feliz que gostou ❤️
eu escrevi um poema uma vez, que chama "todas as coisas que você nunca vai saber", me identifiquei tanto com seu texto, e ele me parece falar de coisas das quais nunca vamos saber de fato, eu acho que é o tipo de coisa que vamos passar a vida buscando, sem ter certeza de que existe um lugar pra se chegar
simm, é exatamente isso mesmo
Me senti assim a vida toda e as vezes ainda me sinto, o tempo todo deslocada, ao ponto de até mesmo quem eu tenho maior proximidade eu sempre me sinto a intrusa, a parasita.
Infelizmente entendo perfeitamente como é, e mentiria se dissesse que sei como se livrar dessa sensação, porque tô até hoje tentando. ❤️🩹 Mas acho que são passinhos de formiga mesmo, talvez observar mais as situações sem já achar que a gente é indesejada em algum lugar.
Belo texto :) Me identifiquei pra caramba, eu sempre fiquei no meio, por isso acho que nunca me encaixei direito, tipo se eu gostasse de algo, não era a maior fã e por isso não entrava pro grupinho mas não cabia no grupo dos que odiavam ou desconheciam. No fim, não me achei bem no meio dos outros e fiquei sobrando, acabei acostumando em ficar sozinha no meio de tanta gente...
Exatamente! A gente nunca tá nem lá, nem cá, apenas ali...
E muito obrigada, fico feliz que gostou. ❤️🥹
que texto lindo <3 especialmente a parte final
muito obrigada 🥹 feliz que gostou!!! 🫶🏻
É normal se identificar 🤡?
sim!!! mas sinto muito que tenha acontecido 🥹